Por quê celebrar o Natal?


Por Paulo Dib

Por quê celebrar o natal, ou o que devemos celebrar no natal?
Há quem diga que não há razões para celebrarmos o natal, e os motivos são os mais diversos, indo desde a alegação de que o natal é um compromisso social voltado ao consumo e à glutonaria, passando pelo fato de Jesus não ter nascido em 25 e Dezembro, até a alegação de que o natal é uma festa de origem pagã.

A questão fica, a meu ver, na motivação da celebração e naquilo que é celebrado. É certo que diversos acréscimos foram feitos ao natal, acréscimos estes nada bíblicos, como Papai-Noel, renas, trenós, duendes, etc. Outros acréscimos foram feitos pela tradição da cristandade ao longo dos séculos e, embora não sejam bíblicos, tiveram uma motivação memorial, como a guirlanda, as velas, a celebração do advento, os enfeites, etc.

Há quem argumente que o natal foi uma instituição de Roma para substituir a festa pagã da saturnália. Em primeiro lugar não há qualquer consenso sobre essa afirmação e muito menos bases históricas sólidas para tal, uma vez que os registro históricos situam a saturnália entre 17 e 23 de Dezembro (e não no dia 25). Em segundo lugar, mesmo que o natal fosse uma substituição à antiga festa pagã, isso em nada invalidaria a celebração do natal da forma correta e com a motivação correta, ou seja, celebrarmos a encarnação de Cristo, o nascimento do salvador que havia sido prometido.

Várias coisas na Bíblia e na cultura de Israel vieram também sob influência de outras nações pagãs ou de aspectos culturais dessas nações. E embora Deus não tenha compromisso com a cultura do homem, Ele também age através dela.

Um bom exemplo disso é o fato de que várias Leis dadas por Deus a Moisés tiveram precedentes iguais ou similares nas culturas do antigo oriente médio, e isso, de maneira nenhuma, invalidou a inspiração, veracidade e autoridade das Leis de Deus.

Aliado a tudo isto, temos registros da celebração do nascimento do Salvador pela igreja desde o Século II, ou seja, dois séculos antes de o império romano instituir o cristianismo como religião oficial.

O que devemos celebrar então? Devemos celebrar o cumprimento da promessa do Salvador que foi feita em Gênesis 3.15 e que foi reiterada diversas vezes ao longo do Antigo Testamento. Devemos celebrar o fato de que o Salvador encarnou, se fez gente e habitou entre nós.

Devemos celebrar a disponibilidade da salvação para todo aquele que crê em Cristo. Devemos celebrar o fato de que não merecíamos a salvação, e Deus não tinha obrigação moral nenhuma em nos redimir, mas Ele nos amou de tal forma que mesmo diante de nossas mazelas, nossos pecados, maldições e desobediências, Ele enviou seu Filho unigênito para nos salvar.
Jesus, o criador do universo se despiu de sua glória de forma radical, encarnando e nascendo não em um palácio, mas em uma manjedoura, cercado de animais e sujeira.

A partir da perspectiva da encarnação do Verbo de Deus, o Natal é, sim, um evento a ser comemorado por alguns motivos básicos:
- É a data em que nossa salvação começa a se concretizar – A partir do nascimento de Jesus, todo o plano de Deus para expiar nossos pecados começa a ser colocado em ação.
- É a data em que o Reino de Deus coloca os pés na terra de forma definitiva. A partir do Natal, o próprio Deus em Cristo passa a viver entre o seu povo, tocando, curando, libertando e ensinando.

- É a data em que os próprios anjos pararam para celebrar.


- É a data em que Deus prova o seu amor aos homens de forma cabal.

E por quê durante as comemorações natalinas fazemos um banquete? Por quê preparamos uma mesa farta para essa celebração? Porque comer é importante, o sentar-se à mesa é algo importante em qualquer reunião humana, desde uma simples reunião de amigos, que não fica sem pelo menos um cafezinho, até ocasiões mais nobres. Quanto mais nobre a ocasião maior o banquete e, penso eu, que o nascimento de Cristo é uma ocasião nobilíssima.

O banquete é algo proeminente nas Escrituras. Adão e Eva desfrutavam de um farto banquete, até a queda do pecado. Tudo estava à disposição e em abundância. No antigo Israel, diversas celebrações eram feitas com banquetes. O primeiro milagre de Jesus se dá em um banquete servido por ocasião de um casamento. Na parábola do Filho Pródigo, o filho perdido é recebido com grande banquete. Jesus após ressuscitar comeu com os discípulos mais de uma vez. A história dos salvos em Cristo terminará com um grande banquete, no encontro do Cordeiro e sua noiva (Ap 19).

Portanto, celebremos:

Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6)

Ondas de Protesto: Sou Protestante!


ONDAS DE PROTESTO: SOU PROTESTANTE!

...se eles se calarem, as pedras clamarão” (Lucas 19.40)



Por Rev. Silas de Oliveira

O mundo todo tem acompanhado os últimos acontecimentos vividos pelo nosso país, que marcaram ondas de protesto por todos os lados. Baseados, primeiramente, na luta pelo transporte mais barato ou até mesmo gratuito, seguido de reivindicações sobre educação, saúde, etc., multidões saíram às ruas. Um grito de protesto sobre justiça social, honestidade, paz e tanto outros assuntos, marcaram a nossa semana. Independente de julgar o certo ou errado, o justo e o injusto presenciamos uma indignação geral, diante de uma infelicidade pública. Protestar é um direito de todo o cidadão que vive em uma sociedade democrática. Fazendo uma pequena comparação entre os protestos do nosso país e o título que recebemos há quase quinhentos anos, quando da Reforma Protestante, somos conduzidos a pensar que:


a. Os reformadores demonstraram indignação publicamente, fundamentando suas ideias na Palavra de Deus;
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b. Lutaram, visando uma volta à Bíblia, sob os valores do Reino de Deus;

c. Tais valores estavam baseados na justiça social, no amor ao próximo e no partilhar do pão entre todos os que se curvam diante da autoridade divina;

d. É preciso protestar com conteúdo, ou seja, com uma pauta de reivindicações que ofereça oportunidade de mudança tanto no ser humano, quanto na sociedade;
e. Que o cristão não pode se omitir a ser voz profética, escondendo-se atrás do voto, apenas como uma forma de transferir responsabilidade.

Jesus protestou contra a situação da cidade de Jerusalém! Denunciou a corrupção tanto política quanto religiosa, demonstrando sua tristeza com lágrimas, diante de um povo distante do Criador. O Mestre alertou para a situação pecadora da cidade, profetizando seu fim ( Lucas 19.41-44 ).

Desde a Reforma somos intitulados de PROTESTANTES. Perguntas precisam ser feitas diante do atual momento em que atravessamos como nação. Respostas precisam ser buscadas. Quais são os nossos protestos? Será que muitas vezes, como cristãos, não protestamos contra questões tão pequenas da nossa vida, seja na Igreja ou fora dela, deixando de olhar para a grandeza das necessidades sociais? Será que não protestamos contra a nossa forma de culto, nossos cânticos, ou o olhar indiferente do próximo e deixamos de olhar para o coração do outro, buscando socorrê-lo em suas necessidades? Será que o nosso comportamento como cidadãos da terra, dá-nos condições de sermos cidadãos do céu?

Sejamos protestantes baseados sempre na autoridade da Palavra de Deus!


Por que fui reformar-me?



Por Paulo Dib

Por que fui reformar-me? Será que era necessário?

Bem, se pelo menos desde a Reforma para a igreja valeu o lema protestante Ecclesia reformata et semper reformanda est (Igreja reformada está sempre se reformando), certamente que tal princípio deve se aplicar às ovelhas.

Mas ir ou estar atrelado à uma igreja protestante reformada não é voltar no tempo ou ficar preso ao passado enquanto o “novo de Deus” está disponível em igrejas evangélicas ditas carismáticas?

De certo que não. Sobre o novo descobri que muitas vezes o “novo” é o velho. A novidade está radicada há séculos atrás. Pode parecer paradoxal demais, mas, no caso do Evangelho e da fé cristã (que possui mais de 2000 anos), é a mais pura verdade.

A fé cristã está alicerçada em bases antigas, desde os ensinamentos dados por Jesus há 2 milênios na Palestina, seguindo pelo trabalho apostólico, estudos e apologéticas dos Pais da Igreja, credos e confissões de fé, o labor de teólogos e apologistas do passado, e a própria reforma protestante. Enfim, o cristianismo não é novo, já temos 2000 anos de uma fé histórica e consolidada.

A questão é que nesse pós-modernismo dos nossos tempos, tudo o que é novo é melhor e o que é antigo deve ser descartado. Criou-se o estigma de sempre “se reinventar” a fé cristã. Obras antigas são vistas com preconceito e são postas de lado sem o menor pudor ou análise crítica. Simplesmente parte-se do pressuposto (falacioso) de que aquilo que é novo é melhor, sempre e invariavelmente.

E nesse afã de sempre encontrar o “novo” de Deus, muitos acabam enveredando por caminhos nem sempre cristãos e bíblicos. Doutrinas caras ao cristianismo são irresponsavelmente ignoradas, dando-se espaço a ensinos que não se aprumam com a doutrina bíblica sadia.

A chamada “Teologia da Prosperidade” não se alinha com as boas novas anunciadas por Jesus Cristo, tão pouco com os ensinos apostólicos ou paulinos, ou de qualquer outra era da cristandade até o início do século XX. Nesse mesmo “saco” coloco a Teologia da Confissão Positiva e o Triunfalismo Evangélico (a vitória sempre ao alcance dos ungidos que fazem a coisa certa), onde qualquer frase dita contendo ao seu final “em nome de Jesus”, torna-se uma “poderosa oração” para realizar os desejos do coração do homem.

O processo da minha reforma pessoal foi paulatino, ao longo de pelo menos 02 anos. E nesse processo reconheço a soberana graça de Deus a me guiar e moldar meu coração.

Já havia algumas coisas no evangelicalismo moderno com as quais eu não concordava há um bom tempo. Após ter um contato mais aprofundado com as doutrinas da graça, foi como se algumas escamas caíssem de meus olhos e eu pudesse enxergar que até então eu tive uma visão deficitária do cristianismo como um todo.

Outro ponto que me incomodava no evangelicalismo era a pretensa autonomia humana ou o desejo de liberdade a qualquer custo (leia-se independência), beirando ao Deísmo, onde o homem autoriza ou não a ação de Deus. Tal postura fere o princípio da soberania de Deus e ferir a soberania divina é algo inconcebível.

O que me atraiu na fé reformada foi a expressão de uma fé simples, despretensiosa, dependente da graça. Colocando o homem no seu devido lugar e exaltando ao Senhor. Reconhecendo claramente que o homem encontra-se caído e totalmente depravado, incapaz de realizar qualquer bem por si mesmo (Rm 3.10-12).

A fé reformada não é isenta de falhas, e também não possui todas as respostas, no entanto, ao meu ver, é a expressão de fé cristã mais honesta, mais biblicamente orientada, humilde e sem pretensões grandiosas e triunfalistas.

Sem modismos, encara a fé como ela realmente deve ser, cristocêntrica. Exalta prioritariamente a Deus. Reconhece a verdadeira condição do homem, que não é de um semi-deus destinado ao sucesso como algumas vertentes anunciam, nem de alguém que foi meramente afetado pelo pecado, mas como alguém que se encontra radicalmente morto, depravado, corrompido em todos os âmbitos pelo pecado e impossibilitado de buscar a Deus (Ef 2.1-3, Rm 3.10-11, Rm 5.8-10, 1Co 2.14).

Há ainda na fé reformada um enorme senso de temor e gratidão pelo FAVOR TOTALMENTE IMERECIDO da salvação, ao invés de petições sem fim. Salvação esta que repousa seguramente nas mãos do seu executor, Jesus Cristo (Jo 10.28-29).

A fé reformada é uma fé confessional, que não está deslocada na história da Igreja. Não que as confissões de fé, credos e concílios realizados pela igreja ao longo dos séculos sejam palavra revelada e inerrante tal qual a Bíblia, no entanto funcionam como um esteio, um arrimo e limite para a Igreja. As confissões e credos contém doutrinas que já foram e muito estudadas e debatidas pelos antigos mestres desde a patrística. Não é algo que pode-se mudar simplesmente conforme a conveniência ou mediante a uma “nova revelação”. Neste quesito fico com o conselho do pastor Mark Driscoll: “leia os antigos, prefira os livros antigos”.

Reformei-me, com a graça de Cristo, e abracei com toda força os pilares antigos das verdades da Palavra de Deus que foram afirmadas pela igreja primitiva e reavivadas pela Reforma Protestante. Verdades bíblicas tais como os 5 Solas: Sola Fide (justificação somente pela fé), Sola Gratia (salvação somente pela graça de Deus), Solus Christus (Cristo somente, o Salvador dos pecadores), Sola Scriptura (somente a Escritura, como base de fé e prática) e Soli Deo Gloria (a Deus somente a glória).  

Por fim, encerro salientando que este texto é apenas o relato de algo que aconteceu comigo (minha reforma pessoal), bem como a externação de meu posicionamento em relação ao evangelicalismo moderno como um todo. 

 Soli Deo Gloria!

Aos linguarudos de plantão

Por Paulo Dib

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Aqui vai um pequeno informe para alguns amigos que talvez ainda não saibam e, principalmente, para os linguarudos e fofoqueiros de plantão.

Há 6 meses eu e minha família nos desligamos da Comunidade Evangélica Filadélfia. Desde então têm surgido inúmeras “versões” sobre o que nos havia motivado, muitas delas completamente absurdas.

Gostaria de salientar que desde o princípio eu e minha família evitamos falar com quem quer que fosse, tanto para nos preservarmos, bem como para justamente evitarmos qualquer fermentação dentro da igreja. Não saímos por aí como muitos fazem reclamando de tudo e todos aos quatro ventos, buscando “discípulos” e causando cismas na Igreja de Cristo. Até mesmo nossos amigos mais próximos demoraram mais de 2 meses para saber alguma coisa a respeito e, ainda sim não em detalhes.

TUDO foi feito debaixo de oração e na mais absoluta paz! Os motivos, que NÃO serão explicitados aqui, de maneira alguma envolvem descontentamento ou mágoa com a liderança, insubmissão ou contenda de qualquer espécie. De igual maneira não envolvem aspirações de termos um ministério próprio ou algo que o valha, muito pelo contrário.

Antes de falar com amigos a respeito do assunto, tratamos logo de conversarmos com nossa liderança, Bp. César e Pr. Fábio (pessoas por quem temos grande apreço, amizade e profundo respeito). Tudo foi tratado na mais perfeita ordem, maturidade e cordialidade, mesmo por que, como já foi dito antes, não temos qualquer tipo de feridas com a liderança da CEF (ou com algum membro), e desejamos a todo custo preservarmos as amizades que lá cultivamos ao longo de anos tendo em vista entendermos a Igreja de Cristo de maneira bíblica, ou seja, como um corpo indissolúvel.

Estamos congregando em uma igreja reformada (tradicional), que não terá seu nome aqui publicado, pois não queremos seguidores.

Foram tantas as histórias que surgiram a nosso respeito, que só faltou dizer que estávamos congregando na igreja da Disney com o Pr. Mickey Mouse!!! A esses inventores de histórias deixo amorosamente dois lembretes:

Pv. 6.16-19: “Estas seis coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, O coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, A testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos”.

Sl 15.1-4: “ Senhor, quem habitará no teu santuário? Quem poderá morar no teu santo monte? Aquele que é íntegro em sua conduta e pratica o que é justo, que de coração fala a verdade e não usa a língua para difamar, que nenhum mal faz ao seu semelhante e não lança calúnia contra o seu próximo”.

Quem sou eu

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Cristão Protestante. Graduado em Tecnologia em Processamento de Dados pela FATEC (Unesp). Hoje trabalho como consultor em negócios imobiliários. Pós-graduado em Especialização em Estudos Teológicos, pela Mackenzie (CPAJ). Falo Inglês muito bem e espanhol porcamente. Sou muito bem casado e tenho dois filhos maravilhosos.

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