Como bem escreveu a Pra. Iara Diniz, "o ativismo religioso é um inimigo voraz e implacável que tem atacado a Igreja. Voraz, implacável, asqueroso, mas também sutil e dissimulado".
O Ativismo é um inimigo sutil e dissimulado porque ele é gerado, nutrido e fortalecido dentro da própria Igreja, porém de uma forma bem aceita e justificada, com os rótulos de "ministério" ou "Obra de Deus" ou "Chamado".
Eu não quero aqui desestimular o trabalho ministerial na Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, ou dizer que a Igreja pode se acomodar e não fazer absolutamente nada para alcançar os perdidos. Isso seria loucura, algo totalmente sem nexo e sem base na Palavra.
O meu objetivo é levá-lo(a) caro(a) leitor(a) a uma reflexão sobre o que temos feito como Corpo de Cristo. Quais são as nossas verdadeiras prioridades? Onde estamos errando? Qual é o ponto de equilíbrio nisso tudo?
O trabalho ministerial é tão honroso como qualquer outro, na minha opinião é o mais digno de todos, uma vez que este trabalho é voltado para o serviço dentro da casa do Senhor e para o resgate dos perdidos. É maravilhoso ver homens e mulheres que renunciam a muitas coisas, como por exemplo profissões bem sucedidas, para se dedicar em tempo integral na obra de expansão do Reino.
No entanto, é absurdamente triste constatar o desequilíbrio que há hoje na maioria das igrejas e de seus líderes. É assustador ver famílias cristãs sendo destruídas por conta da inversão de valores e da inversão de prioridades. Maridos que colocam seus ministérios dentro da igreja acima de suas famílias. Mulheres que abdicam do cuidado com o lar, com os filhos e com o marido para se atolarem de atividades ministeriais. Filhos que praticamente moram dentro da igreja e mal convivem com seus pais.
Isso é uma total inversão de prioridades! Deus está acima de tudo, e isto é inquestionável. Porém, depois de amar a Deus com toda a nossa alma e com todo o nosso entendimento, nossa segunda prioridade é a família, e em terceiro lugar vem o trabalho, seja ele ministerial ou não.
E o que vemos hoje? Homens que são excelentes sacerdotes na igreja, mas que negligenciam suas esposas e filhos. Homens que não oram com suas esposas, que não namoram suas esposas.
Esposas que negligenciam seus maridos, deixando de exercer o papel de auxiliadora e companheira, "abandonando" seus lares para passar a maior parte do dia dentro da igreja ou inserida em alguma programação ministerial.
E essa inversão de valores e de prioridades tem ocasionado problemas gravíssimos, tais como adultério, divórcio, filhos rebeldes e envolvidos com drogas, filhos que se desviam dos caminhos do Senhor, desunião familiar, e por aí vai.
Sem contar que o acúmulo de tarefas tem criado líderes e ministros sobrecarregados e doentes. Doentes fisicamente, pois negligenciam necessidades e cuidados básicos com a saúde, e doentes espiritualmente também, uma vez que a qualidade do relacionamento com Deus decaí muito, seja pela falta de tempo para exercer essa comunhão, seja por errôneamente basear esse relacionamento na performance, como se Deus nos hovesse contratado para sermos "funcionários ministeriais".
Não se esqueça, leitor querido, que Deus nos escolheu por amor e o relacionamento que Ele quer conosco é baseado no AMOR! Não se esqueça também de que você não é o salvador do mundo, essa função já tem dono e Ele já exerceu seu papel muito bem.
Os resultados que você alcança ministerialmente não o fazem mais amado ou menos amado, você já é amado incondicionalmente.
Por fim, a mensagem que eu deixo é a seguinte: Trabalhe ministerialmente, invista em prol do Reino, alcance os perdidos, exerça misericórdia, resumindo seja um cristão saudável, mas em nome de Jesus tenha equilíbrio! Dê prioridade para a sua família, delegue funções para outras pessoas (não seja centralizador), tenha no MÍNIMO um dia por semana de folga e lazer com a sua família, pratique exercícios, cultive amizades, viaje, leia, estude, viva!
Lembre-se, dentro da Igreja, ministerialmente falando, você não é insubstituível. Se você morresse hoje, dentro de alguns dias alguém já estaria exercendo a sua função. Porém, para a sua família você é INSUBSTITUÍVEL. Pense nisso!
6 comentários:
Boa Paulão... ótima postagem!
É... infelizmente temos vivido essa realidade dentro da Igreja, independente da denominação, o ativismo tem estado lá e influencia não só a vida desse líderes como também dos membros em geral, que muitas vezes se sentem culpados por não "se esforçarem tanto" como sua liderança.
Paulo, estou começando no mundo dos blog agora, mas achei o seu muito legal.
Gostei dessa explicação sobre o ativismo
Abs
Muito bem meu amigo, muito bem. Parabéns!
Oi Paulo, Gostei essa postagem, afinal o próprio inimigo tem usado muitas vezes do ativismo religioso para derrumar os servos de Deus.
Temos que ficar atentos e cuidar de nós mesmos e de nossas famílias..
Deus abençoe
Fala Salim...
Li em outro blog, onde o titulo da mensagem era: Quero ser conhecido. Até mesmo dentro da igreja tem-se a idéia de que o mais importante é sermos vistos e reconhecidos, deixando de lado a família e a comunhão com Deus.
¨Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste...¨(Mt 6,1...)
Gostei do termo que vc usou "funcionários ministeriais"... é exatamente o que Deus não precisa!! Funcionário não faz nada por amor, mas os filhos sim.
Abs
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