Gratidão pelas pequenas coisas

Por Paulo Dib

Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Tessalonicenses 5.18)



Fácil de dizer, difícil de se fazer.

É impressionante como o ritmo da vida “moderna” prejudica a nossa capacidade de contemplar o cotidiano, de contemplar o simples, as coisas corriqueiras, que são ordinárias, mas que nem por isso deixam de ter a sua beleza e importância.

Nesses últimos dias em que estive gozando merecidas férias, eu pude me “desligar” um pouco da correria e do stress diários e pude parar um pouco para refletir sobre muitas coisas. Uma delas é como o ser humano tem a latente capacidade de ser INGRATO (Infelizmente não posso me incluir fora dessa). É algo inerente ao homem que teve a imagem do Criador manchada pelo pecado.

Mesmo aqueles que estão remidos em Cristo, vezes ou outras acabam sendo ingratos, mesmo porque a obra do Espírito Santo em nós não está completa, no sentido de que ainda não somos tudo aquilo que haveremos de ser (1 Co 13.9-12). Não fomos ainda glorificados (1 Co 15.42-44 e 51-54).

O homem, por natureza tem uma insatisfação dentro de si. Um exemplo simples disso foi o povo de Israel peregrinando no deserto por 40 anos. O povo foi retirado do Egito de forma maravilhosamente fantástica e pouco tempo depois já estava reclamando. Aquela multidão recebia todas as manhãs alimento fresquinho vindo do céu, não era necessário esforço, somente recolher aquilo que Deus enviara. Mas o que aconteceu? Não demorou muito e o povo já estava murmurando novamente, com saudades das cebolas e dos alhos do Egito (Nm 11.5) e desejoso por comer carne (Nm 11.18-20).

Com o homem moderno as coisas são ainda piores, sua alma parece clamar diuturnamente “quanto mais tenho, quanto mais quero! Ainda não estou saciada!”

E fico a me perguntar, onde está a gratidão?

Gratidão pela chuva, mesmo quando estamos com pressa ou quando estamos na praia esperando pelo sol.

Gratidão por nossas roupas, mesmo que não sejam da “última moda”. Gratidão por podermos caminhar, respirar, falar, fazer relacionamentos.

Gratidão por poder tomar banho, e fazer isso sozinho. Pode parecer loucura ou exagero, mas há pouco tempo atrás me peguei agradecendo a Deus por poder tomar banho! Não só pelo fato de possuir água encanada e quente, mas por poder me banhar sozinho. Eu nunca havia pensado sob essa perspectiva, até ver o meu recentemente falecido cunhado necessitar de três enfermeiras para lhe dar banho na cama.

Aquilo foi algo que abriu os meus olhos. Vi que durante minha vida toda nunca havia agradecido a Deus pelos meu banhos diários. Quanta ingratidão!

Proponho a mim mesmo um desafio este ano. Ser mais grato a Deus, pois absolutamente tudo o que sou e tudo o que tenho veio de suas mãos generosas. Convido você também, caro leitor, a se auto desafiar e agradecer ao Pai por coisas que para esse mundo podem parecer sandices, como por exemplo ver o riso de uma criança, comer algo diferente ou comer o mesmo de ontem requentado.

3 comentários:

Juliano Alcântara 4 de janeiro de 2011 às 16:37  

Pode incluir mais um ingrato na lista ai!
Cada dia que passa eu amo mais esse Deus, que mesmo sem eu merecer e mesmo sendo ingrato, Ele me ama!

Gustavo Bertuzzo 6 de janeiro de 2011 às 16:02  

Olá Paulo

De uns tempos pra cá eu tenho me ligado + nesse lance de gratidão.

Mas ainda sou ingrato. Eita natureza humana.

Eric 29 de janeiro de 2011 às 03:14  

A sanguessuga tem duas filhas, a saber: dá, dá.

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Cristão Protestante. Graduado em Tecnologia em Processamento de Dados pela FATEC (Unesp). Hoje trabalho como consultor em negócios imobiliários. Pós-graduado em Especialização em Estudos Teológicos, pela Mackenzie (CPAJ). Falo Inglês muito bem e espanhol porcamente. Sou muito bem casado e tenho dois filhos maravilhosos.

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