Diferença entre homens e meninos

Por Paulo Dib


Eu poderia aqui enumerar muitas diferenças entre homens e meninos, algumas até bem óbvias, como por exemplo porte físico e barba na cara. Mas não é bem isso que eu quero abordar neste post.

Quero ir um pouco além. Um pouco mais profundo. Mais especificamente no caráter de um homem que o faz agir como tal. Quero chegar na essência da masculinidade.
A masculinidade não pode ser mensurada por coisas como tamanho físico, ou voz grave, ou pela capacidade de arrotar alto, cuspir longe e conquistar várias garotas. Isso definitivamente são coisas de menino. Quando eu era menino achava o máximo dar um arroto estrondoso, daqueles de “derrubar o quarteirão”. Agora isso não tem mais graça. Eu amadureci.

Não se pode tomar como exemplo de masculinidade o tipo “machão estúpido” a la personagens de Clint Eastwood. Aliás, para mim esse tipo personifica o covarde.

Nosso exemplo de masculinidade deve estar no perfeito, no homem perfeito. "Quem é este?" - você pode se perguntar.

Seu nome é Jesus! Em sua natureza humana ele é perfeito, durante o tempo em que viveu nesta terra não se achou falta alguma nele. Jesus não só era isento de faltas, como também era um homem com “H” maiúsculo, um homem responsável.

E a chave para a masculinidade é exatamente esta: Responsabilidade.

Jesus é o exemplo máximo de responsabilidade. Antes de iniciar seu ministério ele foi responsável por si mesmo, pois ele tinha um trabalho. Foi responsável por sua família, uma vez que era o primogênito daquele lar (isso aliado ao fato de teólogos suporem que José, seu pai, havia morrido, visto não possuirmos relatos sobre ele após a maioridade de Jesus).

Mais do que isso, Jesus tomou sobre si a responsabilidade por mim e por você ao pagar o preço de nossos pecados na cruz.

Ele não merecia aqueles cravos, muito menos morrer! Nós é que merecíamos pagar pelo o que cometemos. Nós é que merecíamos um destino tão cruel! Mas ele assumiu a nossa culpa. Ele assumiu a responsabilidade. O cerne do evangelho é esse.

É vital que compreendamos isso para que possamos entender de fato o que é masculinidade.

Homem de verdade não é aquele que bate mais forte e grita mais alto. O homem de verdade é másculo no sentido pleno da palavra, ou seja, é responsável.

Desde a queda de Adão os homens tiveram essa noção de responsabilidade afetada. 

Após ser indagado por Deus a respeito de seu pecado, qual é a primeira coisa que Adão faz? Assumir seus atos e proteger sua esposa? Pelo contrário, com o efeito da queda, ele não apenas tentou se esquivar de sua culpa, como fez pior, jogou a culpa em Eva - "A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi" (Gn 3.12). 

Jesus, na plenitude de sua masculinidade, como cabeça da Nova Aliança, assumiu total responsabilidade por nossos pecados e nos salvou. De igual maneira nós homens, como cabeça da aliança do casamento, temos que assumir nosso papel, assumir nossas responsabilidades.

Nossa primeira responsabilidade deve ser com nós mesmos. Trabalhando, sendo honestos, honrando compromissos, fazendo coisas necessárias mesmo que não nos sejam agradáveis.

Um cara que não consegue levantar cedo para trabalhar, que não se mantém em um emprego, que não paga suas contas, que não consegue ser respeitoso com uma mulher ou é viciado em pornografia, não tem capacidade sequer para ter um animal de estimação, quanto mais esposa e filhos.

Não estou exagerando. Se ele não é responsável por si próprio, como pode almejar ser responsável por mais alguém??

O casamento foi concebido por Deus para ser tomado por homens e não por meninos.

Outro detalhe, o casamento não transforma meninos em homens. Alguns meninos pensam erroneamente: “se eu me casar me tornarei um homem”. Mas não é assim que funciona. Repito, o casamento é um compromisso que só deve ser assumido por homens de verdade. Meninos que se casam não se tornam homens, eles simplesmente destroem a vida da mulher e dos filhos.

O homem de verdade compreende o real significado de um casamento, ele compreende o peso da responsabilidade de se tomar uma mulher e ser com ela uma só carne. Para quem não se lembra o homem tem a “simples incumbência” de amar sua esposa da mesma maneira que Cristo ama a Igreja (Ef 5.25).

É dever do homem amar sua esposa e dar sua vida por ela. É seu dever sustentá-la, protegê-la, guardá-la, consolá-la, prover segurança física e emocional. Por isso casamento não foi feito para meninos. 


Aqueles que almejam se casar devem analisar as reais motivações de fazer isso, se é por amor ou se é para tentar se tornar homem. Vou além, digo que mesmo homens que são responsáveis por si mesmos devem pensar bem antes de tirar uma moça do conforto e proteção do lar de seus pais. Ponderar não apenas se ele já é um homem másculo (responsável), mas se ele está realmente preparado para carregar o seu fardo, o de sua esposa e de seus filhos.

4 comentários:

Gustavo Bertuzzo 1 de março de 2011 às 15:42  

Realmente Paulo, aparência e barba são as últimas coisas que podem ser usadas para diferenciar um homem de um menino.

Essa diferença é vista até em quem não é Cristão. Vejo isso em muitos pais de família, que sempre dão um duro para sustentar a família e são fieis a suas esposas.

Paulo Dib 2 de março de 2011 às 04:26  

Oi Gustavo,

É verdade, nós encontramos exemplos de homens "másculos", mesmo entre não cristãos. Embora a noção de responsabilidade tenha sido afetada pelo pecado, ela não foi totalmente perdida.

Há homens que são responsáveis por suas famílias, pelo menos no tocante a trabalhar e sustentar o lar, mas eles não chegam à excelência por não terem o modelo perfeito de masculinidade a seguir.

Thiago 2 de março de 2011 às 06:39  

Jesus é realmente nosso exemplo de masculinidade. Responsabilidade, sabedoria, autoridade, discernimento, compreensão enfim, e acima de tudo, Amor, são requisitos básicos e ao mesmo tempo essenciais para uma pesso. Claro, não seria diferente para um homem, ainda mais para um que queira se casar ou já está casado. A cada geração que se levanta vemos a degradação das famílias, a decadência familiar, tudo isso porque, claro, Jesus não é tomado como centro e nem muito menos o exemplo para essas familias. Precisamos de Cristo para amadurecermos nEle e a partir daí, contruirmos famílias sólidas em Cristo, ou seja, homens maduros, mulheres maduras, filhos saudáveis!

Paulo Dib 3 de março de 2011 às 03:57  

Olá Thiago, obrigado por sua contribuição. Fique sempre à vontade para comentar.

Concordo com vc no tocante à decadência do núcleo familiar. Esse tem sido um dos maiores males da "vida moderna", o egoísmo, a preocupação apenas com o "eu".

Está totalmente na contra-mão daquilo que Jesus nos ensinou em amor, o outro é tão importante quanto o "eu".

Abraços

Postar um comentário

Quem sou eu

Minha foto
Cristão Protestante. Graduado em Tecnologia em Processamento de Dados pela FATEC (Unesp). Hoje trabalho como consultor em negócios imobiliários. Pós-graduado em Especialização em Estudos Teológicos, pela Mackenzie (CPAJ). Falo Inglês muito bem e espanhol porcamente. Sou muito bem casado e tenho dois filhos maravilhosos.

Seguidores

Twitter

function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } }

Sobre este blog